Calor e umidade aumentam riscos com animais peçonhentos: saiba como se proteger


Com a chegada das altas temperaturas e chuvas, cresce a presença de escorpiões e cobras em áreas urbanas. Especialistas alertam para medidas preventivas e orientam sobre como agir em caso de acidentes.

Com a intensificação do calor e da umidade, típicos desta época do ano, aumentam também os riscos de acidentes com animais peçonhentos, como escorpiões e cobras. A Secretaria Municipal de Saúde de Uruaçu, por meio da Vigilância Epidemiológica, reforça o alerta para os cuidados que devem ser tomados, especialmente em quintais e áreas externas das residências. O coordenador de Endemias do município, Rogério Fernando de Souza, explica que o ambiente propício à proliferação desses animais está relacionado ao acúmulo de entulhos e materiais como telhas e tijolos. “Esses locais oferecem abrigo ideal para escorpiões e serpentes, por serem úmidos, escuros e pouco movimentados”, afirma. Segundo ele, a limpeza constante dos terrenos, o descarte correto de lixo orgânico e a eliminação de criadouros são fundamentais para evitar a presença desses animais. Escorpiões alimentam-se principalmente de insetos como baratas e grilos, enquanto as cobras caçam roedores — ambos atraídos por ambientes sujos e mal cuidados. Outro ponto de atenção diz respeito ao uso indevido de inseticidas. Rogério adverte que, ao contrário do que muitos pensam, aplicar esses produtos em casa pode agravar a infestação de escorpiões. “A fêmea, quando ameaçada, pode iniciar um processo de reprodução assexuada, aumentando ainda mais o número desses animais”, explica. Além disso, os inseticidas comuns não são eficazes no controle dessas espécies. Em caso de picadas, a recomendação é clara: lavar imediatamente o local com água e sabão e procurar sem demora a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Uruaçu, que é referência no atendimento a casos com animais peçonhentos. “A avaliação médica é indispensável para verificar a necessidade do uso de soro antiofídico ou antiescorpiônico”, orienta o coordenador. Se possível, uma foto do animal pode auxiliar na identificação da espécie e no tratamento adequado. Grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos, merecem atenção especial, já que reagem de forma mais intensa ao veneno. A conscientização da população sobre os riscos e a importância da limpeza e prevenção é essencial para garantir a segurança de todos. Rogério finaliza reforçando o apelo por vigilância e responsabilidade coletiva: “Manter os quintais limpos e evitar o acúmulo de materiais não é apenas uma medida de higiene, mas um verdadeiro ato de proteção à vida”.